Quando chegas, trazes contigo algo que desconheço.
Almas de outros tempos entranhadas no corpo. Bem rente ao osso como se
pertencessem ao esqueleto que te sustenta.
Olhas-me. Não nos olhos. Enquanto te chegas
cada vez mais perto. Pé ante pé. Uma mão depois da outra.
Sinto-te para lá da distância que nos separa. E
que tu transpões como se de uma insignificância se tratasse.
Chegas e apertas-me forte combatendo o
discernimento que te impele a fugir de mim. Como se trocássemos de papéis. Predador.
Vítima.
Vítima. Predador. Os teus teus atrás. Ou à
frente. Não me apercebo. Desconheço se é de facto a minha pessoa que tu olhas. Se
também eu trago outros atrás ou à frente e se é a esses que tu queres chegar. Pé
ante pé. Uma mão depois da outra.
Chegas e sussurro-te “Tu és pelo mal...”
Chegas e gritas-te “Tu és pelo mal!”
Enquanto me agarras as mãos para não me
escapares.
Assim.
Sempre.
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