Monday, November 07, 2011

...

Ontem falavas em regressar. Não sabias para onde nem para o quê, mas querias regressar. Dizias que te sentias incapaz de cumprir aquela promessa. Olhavas para o relógio como se cada segundo fosse menos um pedaço de tempo que tinhas. E olhavas desenfreadamente.
Não tentei sequer questionar-te sobre que promessa era essa que te enlouquecia. Não te deixa continuar.
«Posso ajudar?», pergunto.
Queria compreender. Tento, mas não consegui. Parecia-me simplesmente que querias voltar a um lugar ao qual nunca chegaste.
Quero, mas o teu olhar centrado no relógio que não pára dizia-me apenas que só tu lá podes chegar.
Deixa o relógio, regressa. Mas volta depressa.
Enquanto a pilha durar, o tempo não vai parar.

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