Tuesday, July 06, 2010

Dia

Sempre que ando de metro à noite tenho vontade de fazer aquelas coisas que todos os escritores dizem fazer. Observar, registar a realidade. Descrevê-la.
As personagens transbordam na noite. Cliché? Talvez. De dia são menos interessantes? Outros papéis. Sermos o que somos não é uma variável explicável num conjunto de substantivos e adjectivos. Há os advérbios. E o tempo. Dia e noite apresentam-se diariamente como marcas do tempo. Aquele que enquanto actores define a nossa representação. Pequeno detalhe num conjunto de adereços que separam ambos os momentos.
De dia são menos interessantes? Usaria a rapariga a mesma tiara dourada e encarnada a prender-se a franja à testa? Usaria o rapaz o mesmo chapéu de coco ainda que de pano castanho?
Adereços diferentes.

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