Capicuas

O blog já tem mais de 555 posts. Não é muito, mas é o que se arranja. 

Tinha pensado em fazer todo um post sobre este acontecimento, mas ando um distraído acentuado pelas vicissitudes da vida, o que fez com que só hoje tivesse reparado que já tinha o ultrapassado. Mas vamos ao que importa.

Tenho uma especial atracção por capicuas. Especialmente estas em que os números são todos iguais. Dão-me aquela sensação de ciclo e de continuidade em que as construções mentais que criámos para facilitar a nossa vida a reflectem. Dão-me aquela sensação de que podemos escolher ficar ali, agarrados no tempo, ou fugir para a frente em direcção a uma nova capícua, ou melhor, a dez novas capicuas até voltarmos a chegar àquela, à capicua perfeita de números todos iguais, à perfeição do ciclo. E a vida talvez seja isso mesmo, um conjunto de fugas por entre ciclos menos perfeitos até que de tempos a tempos nos é dada a oportunidade de viver um ciclo melhor, perfeito em si mesmo e no qual nos queremos deter até ao resto da vida. Claro que os ciclos, como qualquer ciclo, têm os seus pontos de ruptura. E de novo a decisão entre a fuga ou a prisão no e do tempo.

Tenho saudades de alguns ciclos. Tenho mesmo. Por aquilo de bom que trouxeram. Por aquilo de mau que significaram. Pelo capital de aprendizagem e de formação que deixaram. E sinto-o mais que nunca. Sinto o peso da idade, aquela invisível que só alguns com uma qualquer visão especial nocturna conseguem vislumbrar. Se juntarmos a isto o facto de eu ter um fascínio acrescido pelo 3 e pelo 7 é como dizia ao J., "Nunca mais tenho 33 anos!"

Ah, já agora, o post 555 foi este. Faz sentido!