Monday, January 05, 2009

Fairy Tales

Falta pouco para o início de mais um ano. Em vez de estar a ser responsável. Em vez de estar numa contagem decrescente, decidi presentear este início de ano com algo diferente. O fim, o final de um conto de fadas. Termina como cada um de nós quiser que termine. Terminará apenas no fim.

Have fun. The light fades out. The dark arises.


"(C e P encontram-se de pé do lado direito do palco, iluminados por luzes azuis.)

C: Promete-me que te vais lembrar de mim quando formos velhinhos. Prometes?

(P dá a mão a C)

P: Como me posso eu esquecer de ti se te vou ver todos os dias?

C: Promete-me que não te vais esquecer…

P: Não digas disparates. Já te disse que te vou ver todos os dias.

C: Não vais.

P: Não vou?

C: Não. Por isso promete-me que te vais lembrar de mim quando formos velhinhos.

(P larga a mão de C)

P (em tom irritado): Já te disse para não dizeres disparates. Vais a algum lado, por acaso?

C: Não. Mas tu vais.

P (doce): Eu? Eu não vou a lado nenhum. Eu estou aqui. Eu vou estar aqui. Ao teu lado.

C: Sem mim.

P: Contigo.

C: Não mintas.

P: Porque achas que minto? Eu não vou sair daqui.

C: Vais. Vais encontrar-te.

P: Já me encontrei.

(P dá um beijo na testa de C)

C: Não te mintas. Enfrenta a verdade e promete. Promete que te vais lembrar de mim. Promete que te vais lembrar de nós. Promete que um dia darás a conhecer a nossa história.

P: A nossa história vai ser escrita durante os anos que vamos passar juntos. Ainda não está terminada. Está longe do fim.

(As luzes passam a um azul mais escuro, as pessoas começam a dar lugar à sombra.)

C: A película já está escura. As letras brancas na tela. Não consegues ver?

P: Não consigo ver o quê?

C: Que está quase. Que está quase na hora…

P: Na hora de quê?

C: Na hora de te ires embora. Vai-te embora e lembra-te de mim quando formos velhinhos. Lembra-te de nós.

P: Pára com esta conversa. Tu é que te queres ir embora e culpas-me por isso.

C: Eu não quero ir. Mas vou.

P: Vais? Não disseste que não ias a lado nenhum?

(C volta-se, lentamente, de costas para P)

C (enquanto caminha até à outra extremidade do palco): Mas vou. Vou ficar a admirar-te pelo canto do olho enquanto te afastas de mim. Lentamente. Um pouco mais a cada dia.

P: Eu não me vou afastar de ti. Eu vou segurar-te na mão enquanto tu seguras na minha até ao dia em que ambos deitados suspirarmos ao ver as estrelas que brilham no céu prontas a receber-nos.

(Cai uma tela na qual é projectada a vista do alpendre onde se dá o primeiro encontro entre C e P. Voltam-se ambos de costas para o público, admirando o céu encoberto.)

C: Não te esqueças de mim.

(Cai o pano.)"

5 comments:

Anonymous said...

deixaste-me na dúvida... Urgências? Ou SomeOfMe?

someofme said...

Acho que este comentário nem merece comentários :P Se fosse "Urgências" eu teria dito que era "Urgências" :P

Anonymous said...

olhe, eu ficava feliz porque, caso não se lembre, houve uma urgência que ambos gostámos e que este texto me relembrou...

o que qer dizer que você devia andar a escrever peças... mas tudo bem ;)

someofme said...

ahahahahaahah

Sim, oh sim! Claramente o que eu mais devia escrever era peças... :P Se bem que se está a revelar claramente mais fácil que um romance. Devo confessar que na verdade todos os diálogos que tenho escrito aqui me parece que encaixam na perfeição. Começo a ficar preocupado comigo.

Anonymous said...

eheheh
wellcome to he dark side of writing ;)