Falta pouco para o início de mais um ano. Em vez de estar a ser responsável. Em vez de estar numa contagem decrescente, decidi presentear este início de ano com algo diferente. O fim, o final de um conto de fadas. Termina como cada um de nós quiser que termine. Terminará apenas no fim.
Have fun. The light fades out. The dark arises.
"(C e P encontram-se de pé do lado direito do palco, iluminados por luzes azuis.)
C: Promete-me que te vais lembrar de mim quando formos velhinhos. Prometes?
(P dá a mão a C)
P: Como me posso eu esquecer de ti se te vou ver todos os dias?
C: Promete-me que não te vais esquecer…
P: Não digas disparates. Já te disse que te vou ver todos os dias.
C: Não vais.
P: Não vou?
C: Não. Por isso promete-me que te vais lembrar de mim quando formos velhinhos.
(P larga a mão de C)
P (em tom irritado): Já te disse para não dizeres disparates. Vais a algum lado, por acaso?
C: Não. Mas tu vais.
P (doce): Eu? Eu não vou a lado nenhum. Eu estou aqui. Eu vou estar aqui. Ao teu lado.
C: Sem mim.
P: Contigo.
C: Não mintas.
P: Porque achas que minto? Eu não vou sair daqui.
C: Vais. Vais encontrar-te.
P: Já me encontrei.
(P dá um beijo na testa de C)
C: Não te mintas. Enfrenta a verdade e promete. Promete que te vais lembrar de mim. Promete que te vais lembrar de nós. Promete que um dia darás a conhecer a nossa história.
P: A nossa história vai ser escrita durante os anos que vamos passar juntos. Ainda não está terminada. Está longe do fim.
(As luzes passam a um azul mais escuro, as pessoas começam a dar lugar à sombra.)
C: A película já está escura. As letras brancas na tela. Não consegues ver?
P: Não consigo ver o quê?
C: Que está quase. Que está quase na hora…
P: Na hora de quê?
C: Na hora de te ires embora. Vai-te embora e lembra-te de mim quando formos velhinhos. Lembra-te de nós.
P: Pára com esta conversa. Tu é que te queres ir embora e culpas-me por isso.
C: Eu não quero ir. Mas vou.
P: Vais? Não disseste que não ias a lado nenhum?
(C volta-se, lentamente, de costas para P)
C (enquanto caminha até à outra extremidade do palco): Mas vou. Vou ficar a admirar-te pelo canto do olho enquanto te afastas de mim. Lentamente. Um pouco mais a cada dia.
P: Eu não me vou afastar de ti. Eu vou segurar-te na mão enquanto tu seguras na minha até ao dia em que ambos deitados suspirarmos ao ver as estrelas que brilham no céu prontas a receber-nos.
(Cai uma tela na qual é projectada a vista do alpendre onde se dá o primeiro encontro entre C e P. Voltam-se ambos de costas para o público, admirando o céu encoberto.)
C: Não te esqueças de mim.
(Cai o pano.)"
5 comments:
deixaste-me na dúvida... Urgências? Ou SomeOfMe?
Acho que este comentário nem merece comentários :P Se fosse "Urgências" eu teria dito que era "Urgências" :P
olhe, eu ficava feliz porque, caso não se lembre, houve uma urgência que ambos gostámos e que este texto me relembrou...
o que qer dizer que você devia andar a escrever peças... mas tudo bem ;)
ahahahahaahah
Sim, oh sim! Claramente o que eu mais devia escrever era peças... :P Se bem que se está a revelar claramente mais fácil que um romance. Devo confessar que na verdade todos os diálogos que tenho escrito aqui me parece que encaixam na perfeição. Começo a ficar preocupado comigo.
eheheh
wellcome to he dark side of writing ;)
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