Sunday, December 27, 2009

Para (M)Ti(m)

Foda-se, sai! Sai!
O grito silencioso ecoa-me nos ouvidos. Não aguento mais ver-te e não te mandar à merda. Odeio-te. Odeio a desilusão em que te tornaste. Podias ter sido tudo e escolheste ser isto. Escolheste ser um aperto no peito pela falta de coragem em te tornar algo mais. Não consigo que me sejas indiferente. Não quero ser mais que isso. Compreendes a dualidade em que me obrigaste a viver?
De todas as vezes em que penso em nós, agradeço o facto de não termos sido mais. E quando te vejo sinto que não fomos tudo. Porque eu desejei de facto a nossa amizade!
Escrevo-te agora, depois de te ver, porque amanhã sei que não terei coragem para te escrever. Porque deitarei a cabeça na almofada com a esperança de que amanhã me sejas indiferente a invadir-me o coração.
Talvez seja mesmo como diz o poeta que me abrilhantou o jantar, O Tal, Aquele que todos veneram e consideram o melhor entre os melhores: “Enquanto não atravessarmos a dor da nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é preciso ser um.” (Fernando Pessoa)

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