Abraço*

Ola.

Espero-te mal. Não, não te desejo mal. Desejo-te nada. E não uso da dupla negação tão característica da língua portuguesa para reforçar o meu desejo. Nada. Mas espero-te mal. Pode parecer contraditório numa primeira análise mas certamente que uma pequena reflexão juntamente com o conhecimento que tens sobre a minha pessoa te levará a compreender com exactidão o que quero exprimir.

Clarifico porque este é o espaço para que não restem mais dúvidas sobre o que somos, fomos ou seremos, podes escolher o tempo verbal que melhor te aprouver. Não me interessa.

Imagino-te desse lado a ler estas palavras num misto de ansiedade, agressividade, saudosismo ou revivalismo.

Retornemos à clarificação, o mais importante. Vivo neste duelo gladiar entre o esperar e o desejar. Vivo nesta luta interna entre a racionalidade de não te desejar, nem sequer me permitir desejar-te a ti ou para ti, e a emocionalidade de te esperar, a ti ou para ti. Talvez devesse ser ao contrário mas a inteligência emocional, ou talvez porque nem mesmo tu tenhas conseguido mais do que reduzir a muralha a muro, não me possibilita mais. E espero-te apenas por mim. Não por seres tu, mas porque me reservo o direito de não abdicar dos pequenos passos conquistados à razão. Por tua causa, é certo. Ridiculamente por tua causa.

Dói a indiferença que se abateu sobre nós. E não, não vou sequer mexer um dedo para o mudar. Mas...

Tenho saudades tuas e esta foi a única forma que encontrei de to dizer.

Abraço*

* E isto já estava escrito há umas semanas, mas só agora me apeteceu publicá-lo. Para os interessados, prometo que a partir do final desta semana voltarei a ser mais assíduo aqui por estes lados.