VII
(Andreia volta-se para o quadro.)
É como no quadro. Aquele que eu colei no espelho. Aquele que te prendeu, que te fascinou. Conseguiste ver, não conseguiste?
(Daniel começa a andar dum lado para o outro.)
O Preto. O Branco. As cores a misturarem-se à medida que os teus olhos vão ficando mais cansados, que a tua mente, paralisada, deixa de actuar. Que o coração internaliza a emoção da dualidade, matando-a. O Preto e o Branco a misturarem-se dentro de ti e a devolverem-te o cinzento. A iludirem os teus sentidos, a tua visão, o teu cérebro.
(Andreia coloca-se por trás de Daniel. Agarra-lhe nos braços parando-o com brusquidão.)
Tens de te permitir que as duas cores habitem em ti.
DANIEL
E o que achas que tenho tentado fazer?
ANDREIA
Escolher uma delas.
DANIEL
Estou aqui, não estou?
ANDREIA
Estás.
DANIEL
Então…
ANDREIA
Então?... Estás aqui mas dizes que não me sabes em ti. Que não me sabes na tua cabeça e que isso é o mais importante.
3 comments:
amei
I'm happy :D
Des fois il faut se t'aire...
Escondido mas sempre atento.
Post a Comment