Wednesday, March 25, 2009

Pesadelo

Hoje sonhei contigo. Estávamos os dois numa espécie de recital. Não juntos. Os dois. O Zé e o Carlos acompanhavam-me. Tu estavas umas filas mais à frente com alguém que eu também conhecia mas cuja cara não reconheci. Não reconheci muitas caras, apesar de ter a certeza que sei quem eram. Acho que os nossos pais também lá estavam. E os teus amigos. E as pessoas que fomos aplaudir de alguma forma relacionavam-se connosco. Não as mesmas. Pessoas diferentes. 
No final, quando saímos, parecia que tudo aquilo se tinha passado na tua casa. Ou numa extensão da tua casa. Reconheci, ao fundo, a tua casa. No final, quando saímos, passaste por mim e não me disseste nada. Nada. Fingiste não me conhecer. Senti uma mistura de raiva e tristeza inundar-me o coração. Uma vontade de te bater e de te abraçar e de perceber porque me ignoraste ou simplesmente de te irritar com a minha cara à frente da tua, de forma inevitável, para que não me pudesses ignorar. 
Hoje sonhei contigo. Estávamos os dois numa espécie de recital. Não juntos. Os dois. Tu ignoraste-me e o barulho do telefone a tocar em cima da mesinha de cabeceira acordou-me antes que eu conseguisse saber se fui atrás de ti. Espero ter ido atrás de ti.

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