Sunday, December 07, 2008

Sempre! Para sempre.

- Preciso de ti.
- Desculpa?!
- Preciso de ti.
- Tu?! Tu precisas de mim?!
- Sim.
- Tu precisas de alguém?!
- Não. Eu preciso de ti.
- E se for demasiado tarde para precisares de mim?
- Então fui apenas mais um tonto.
- Um tonto?!
- Sim, um tonto.
- Porquê mais um tonto?
- Por ter acreditado em ti.
- És um tonto por teres acreditado em mim?!
- Disseste que nunca seria demasiado tarde. Que estarias sempre ao meu lado. Eu acreditei em ti.
- Tu nunca precisaste de mim! Tu nunca precisaste de ninguém!
- É verdade, eu nunca precisei de ninguém. Eu sempre precisei de ti.
- Sempre precisaste de mim?!
- É preciso dizer-te que preciso de ti para precisar de ti?! Nunca to tinha dito antes porque nunca tinha sido necessário! Tu estiveste sempre aqui! Hoje não estás e eu preciso de ti…
- E por isso dizes-me que precisas de mim?
- Digo-te que preciso de ti porque preciso de ti aqui.
- Porque precisas de mim aqui?!
- Não me basta sentir que te tenho. Preciso de te ter.
- Mas tu sentes que me tens? Tu acreditas que eu ainda sou teu?!
- Não és?
- Não! Não sei. Talvez… E para que precisas de mim aqui?
- Para nada. Preciso apenas de ti. Aqui.
- És sempre a mesma coisa! Sempre cheio de segredos e meias palavras! Sempre a fugir para o romance com o qual pintas a tua vida! Achas mesmo que depois de tudo podes simplesmente dizer-me que precisas de mim, que precisas de mim para nada e esperar que eu fique a teu lado?! A vida não é como as páginas desse teu livro sempre por terminar! A vida exige diálogo, explicações, justificações para ser alimentada! Nem tudo se constrói com fé!
- Acreditei sempre que amar-te era a justificação de todas as justificações, a explicação última, o diálogo silencioso que nos acompanharia pela vida.
- Tu amas-me?! Tu precisas de mim e amas-me?
- Estúpido! 
- Eu é que sou estúpido?! Eu?! Tu destruíste-nos e eu é que sou estúpido!
- Eu não nos destruí.
- Destruíste! Com as tuas mentiras e omissões. Com a tua falta de palavras. Com a tua falta de afecto. Tu destruíste-nos com a tua ausência! Tu destruíste-nos quando me voltaste as costas e me disseste que não aguentavas mais fazer-me infeliz! Porque é que não me fizeste feliz?! Eu não queria ser feliz! Eu nunca quis ser feliz! Eu quero ser feliz contigo!…
- Tens razão. Eu destruí-nos. Fui crente e destruí-nos.
- Em que acreditaste tu?
- Acreditei que tu sabias.
- Que eu sabia? Que eu sabia o quê?
- Que tu sabias que eu precisava de ti e que eu te amava.
- Eu sabia. Eu sei. Eu precisava de to ouvir dizer.
- Já to disse.
- Porque demoraste tanto tempo? E se for demasiado tarde?
- Então fui apenas mais um tonto.

10 comments:

Sara said...

Este é um post fodido...

(e esta asneira guarda nela todo uma mistura de sentimentos que eu não sei partilhar a não ser por esta mesma asneira)

someofme said...

Havia alguém que em tempos dizia esta brilhante frase (não me recordo exactamente de quem era, tenho de perguntar à Tânia): "É fodido ser fodido e não poder foder."

Acho que isto exprime mais ou menos o que eu sinto em relação ao diálogo. Oh well... Estou contente com ele, anyway.

Sara said...

hummm...

my mind works in dirty ways........

.........

right!!!... :s

Vou remeter-me ao silêncio e deixar uma música daqui de cima falar por mim: "Tied to me tight tie me up again"

someofme said...

Your mind's all on fluids...

Anonymous said...

conheço estas palavras...dalgum sitio, de alguem

someofme said...

Espero que isso não seja uma insinuação de plágio... :P

(e começo a achar que isto é maravilhoso porque seja lá quem fores provavelmente nunca te irás dar ao trabalho de ver se eu comentei os teus comentários)

Anonymous said...

enganas-te...e nao é plágio, mais citações de alguém

someofme said...

Ui... alguém que ainda me consegue surpreender... Cuidado não vá eu apaixonar-me por isso...

E quem é esse alguém? Partilha lá aqui com a gente! Não vais dizer que foram palavras minhas, pois não?

Anonymous said...

isto tornou-se divertido...vamos deixar assim

someofme said...

O lado da diversão é sempre bom! Diria que a partir do momento em que dei como título "Parque de Diversões" a um texto é todo um assumir da minha queda para a diversão.

Mas também podemos falar a sério divertindo-nos. Não me parece que exista aí um trade-off. Pelo menos para mim ele é acpenas fictício.