Friday, March 23, 2007

Le petit TomTom

Sentei-me na minha nuvem favorita. Peguei no monóculo que por lá costumo esconder e preparei o objecto para mais um dia de observações. As coisas vistas cá de cima adquirem todo um novo significado. Começamos a questionar as leis da física ao ponto de acreditarmos que somos gigantones que por cá habitam. Mesmo com este potente objecto em meu poder, tudo me parece pequeno…

Debrucei a minha atenção sob aqueles seres pequeninos que abaixo de mim caminham. Pouco passava das 9:30 da manhã (nunca compreendi porque adoptam eles esta divisão temporal ridícula; um dia perceberão que a racionalização do tempo nada tem de racional) e já o petit TomTom há muito circulava pelas ruas. Ele estava enfiado nas malas dos executivos supostamente de sucesso, parado à porta do escritório, ligado ou desligado ou simplesmente no trânsito a ornamentar os carros daqueles que não sabiam o que fazer com o dinheiro.

Pouco passava das 9:30 da manhã quando o petit TomTom deu o alerta. O primeiro choque frontal do dia deu-se com aqueles senhores que todos os dias faziam o corte e costura da manhã. Uns pontos mal dados e tudo estava arruinado. Ou então esqueciam-se de dar uns quantos e lá tinham de ser avisados.

Alguém atende o telefone. A cara enraivecida não deixa esconder a irritação matinal. Adorava saber ler nos lábios das pessoas para conseguir compreender o porquê de tanto alvoroço. Gestos e mais gestos, para a frente e para trás, numa verdadeira roda viva de papel, cigarro e caneta na mão. Vou propor ao senhor que tudo sabe e faz para que o petit TomTom possa também começar a escrever aquilo que as pessoas dizem.

Abandonei o meu monóculo, a minha nuvem favorita. O petit TomTom estava a falhar-me, logo hoje que a emoção começava tão matinalmente cedo. Para eles lá em baixo ainda era quase de madrugada. Como eu gostava de lhe poder dar perninhas, olhinhos, ouvidinhos e uma capacidade sensorial. Tudo isto conjugado com o melhor software do planeta, e seus derivados, para que fosse capaz de reproduzir textualmente aquilo que aqueles pobres humanos vão dizendo, pensando e escrevendo.

(não perca num próximo episódio mais aventuras do Petit TomTom e o seu secreto controlodor… certamente que o passar das horas tornará este dia ainda mais emocionante)

3 comments:

Arquitontices said...

It's ALIVE! ALIVE!! resuscitou o blog?

Cristina Rodrigues said...

welcome back

Anonymous said...

ele ta vivo...