Just a sad story

- Vou morrer.
- Porque me contas isso?
- A quem mais contaria?! Ser-te-á indiferente.
- Achas mesmo?
- Tenho a certeza. We’ve passed beyond the point of no return long ago.
- Como podes dizer isso? Acreditas mesmo que me podes estar a contar isto e que eu ficarei indiferente?
- Claro.
- Quanto tempo?
- Não sei. Ninguém sabe. Uns dias. Umas semanas. Uns meses…
- Quanto tempo?
- Queres saber porquê?
- Quanto tempo? Answer me!
- Seis meses, no máximo. Muito menos, provavelmente.
- E a operação?
- Qual operação?
- Não vais fazer tratamentos?
- Não.
- Como podes dizer uma coisa dessas?
- Eu vou morrer, com ou sem tratamentos. Prefiro morrer longe de uma cama de hospital.
- És mesmo egoísta. Como podes fazer-me isto? É algum tipo de uma sórdida vigança?
- Não. A quem mais contaria eu isto?
- Não contavas. Podias simplesmente morrer.
- Morrerei. Mas tu contarás a história.
- E se eu não contar?
- Não viverás mais em paz.
- Vai-te embora!
- Voltaremos a ver-nos. Na nossa próxima vida.