De cada vez que o vejo as semelhanças dissipam-se. O ar de criança esconde uma sexualidade à flor da pele, pronta a transbordar a qualquer momento.
Mais uma noite passada entre aquelas quatro estranhas paredes. A hora era já adiantada quando chegámos. O espaço, cheio. Éramos menos que o costume. Foi assim, uma saída mais familiar. O álcool, misturado com o sangue, tornava-nos engraçados. Desejosos de uma noite em grande.
É verdade, estivemos aquém das expectativas, mas a concorrência era feroz. Infelizmente, pouco podemos fazer quando competimos com imagens a cair na pornografia. Não somos assim. Não é a nossa “onda”.
As mãos percorriam aquele corpo, aquele rosto ainda pueril. Sentimo-nos invadidos por uma estranha sensação de desconforto. Talvez, como se pela primeira vez, a diferença de idades entre duas pessoas realmente nos chocasse. Talvez fosse apenas do ambiente, algo pesado, algo mais hardcore que o habitual.
Talvez por aquela expressão facial nos transmitir uma inocência que não existe.
O “pãozinho sem sal” revelava-se uma verdadeira estrela. À volta reunia-se uma multidão sedenta do toque, do beijo, da excitação. E tudo foi permitido naquela noite. O toque foi além do simples erotismo, o beijo além do simples teasing. E o choque. O choque daquelas imagens a invadir-nos o cérebro, a processar mil e uma novidades para as quais não estávamos preparados.
O outro. O verdadeiro. Comporta em si toda a imensidão daquilo que gostamos. Não procuramos chocar ninguém. Não procuramos o divertimento em imagens imediatas. Mesmo nos nossos momentos mais pornográficos, o poder da sugestão reinou. O poder do não visto, do não mostrado, daquilo que fica por dizer, por contar, daquilo que fica para quem vê imaginar. O outro. O verdadeiro. Deixa-nos a certeza de que mesmo quando ignorados, marcámos. Marcámos não pelo que fizemos, mas pelo que não fizemos. Pela dúvida que instalámos…
Mais uma noite passada entre aquelas quatro estranhas paredes. A hora era já adiantada quando chegámos. O espaço, cheio. Éramos menos que o costume. Foi assim, uma saída mais familiar. O álcool, misturado com o sangue, tornava-nos engraçados. Desejosos de uma noite em grande.
É verdade, estivemos aquém das expectativas, mas a concorrência era feroz. Infelizmente, pouco podemos fazer quando competimos com imagens a cair na pornografia. Não somos assim. Não é a nossa “onda”.
As mãos percorriam aquele corpo, aquele rosto ainda pueril. Sentimo-nos invadidos por uma estranha sensação de desconforto. Talvez, como se pela primeira vez, a diferença de idades entre duas pessoas realmente nos chocasse. Talvez fosse apenas do ambiente, algo pesado, algo mais hardcore que o habitual.
Talvez por aquela expressão facial nos transmitir uma inocência que não existe.
O “pãozinho sem sal” revelava-se uma verdadeira estrela. À volta reunia-se uma multidão sedenta do toque, do beijo, da excitação. E tudo foi permitido naquela noite. O toque foi além do simples erotismo, o beijo além do simples teasing. E o choque. O choque daquelas imagens a invadir-nos o cérebro, a processar mil e uma novidades para as quais não estávamos preparados.
O outro. O verdadeiro. Comporta em si toda a imensidão daquilo que gostamos. Não procuramos chocar ninguém. Não procuramos o divertimento em imagens imediatas. Mesmo nos nossos momentos mais pornográficos, o poder da sugestão reinou. O poder do não visto, do não mostrado, daquilo que fica por dizer, por contar, daquilo que fica para quem vê imaginar. O outro. O verdadeiro. Deixa-nos a certeza de que mesmo quando ignorados, marcámos. Marcámos não pelo que fizemos, mas pelo que não fizemos. Pela dúvida que instalámos…
Teny
1 comment:
…Sem dúvida Teny…
Já tinha saudades de poder ler esse veneno depois de uma noite feliz…lol
“This is sick”
Aquela criança que, horas antes, nos passava com um andar firme e um olhar seguro, no desfilar por aquela calçada, mesmo junto a nós…é um ser bizarro.
É a inocência em formato digital. À primeira vista quase que sentimos a dor do ser naife, por ele, por nós, pelos seus pais, pelos que o, supostamente, o deviam rodear. Mas em pouco tempo ele próprio nos mostra que que a sexualidade já nasce conosco e já nos escorre em forma de suor, pelo corpo onde molda as nossas formas, desde o berço.
É a lascívia, é o pudor, é a moralidade e o perconceito, é o ser arisco e o ser devasso…é o ser tudo mas ainda muito por ser. São aquelas paredes imundas de sexo… onde transpiramos o prazer que nos dá aquilo que tu descreveste tão bem.
Como será que ele se chama?Que idade terá ao certo? …quanos orgãos já consumio e no que pensará quando geme?…Quando surpira parece maior. Parece um de nós, já entendido nas artes de rebentar num só grito.
É no fundo assustador o prazer que se rouba de uma infância que a nós nos aflige… Ele parece-nos estranho, nem nos parece real. É, sem dúvida, o clone do seu grande original… Um clone que ainda se forma e ainda tropeça na sua imaturidade e na sua estranha forma de sugar o ar cavernoso daqueles gemidos em grupo que o rodeam.
É daqueles cujo o penetrar não faz sentido senão sob uma grande dose de brutalidade que consiga rasgar todo o sentimento de cuidado pela sua carne tão acriançada. É daqueles cujo o excesso será sempre a sua companhia de cama e o promenor da devassidão o cúmplice das suas paredes. É mais uma grande puta que nasce nesta cidade…é mais um puto a brincar aos adultos sem saber que isso lhe trará uma velhice precosse tão mal amada.
Clone , clone, clone…nem o conigo meter na nossa lista de “social de esquina” de tantos conflitos que me faz surgir quando o tento descodificar. Deve ser isso mesmo…devem ser as diferenças de idade no seu tabuleiro de xadrez, deve ser aquele olhar assutado mas sedento…há ali qualquer coisa que não me deixa confortável para “brincar”.
Mas enfim, sem dúvida o original que, de resto, merece toda a nossa atenção, existe numa perfeição que em nada este clone se aproxima… ou talvez não, talvez tenha sido assim que o original começou, quem sabe. Mas duvido.
Seja como for, venham as noites loucas de sexo, venham as putas novas da cidade, as pernsonagens que nos animam…venham eles, venham elas, que os nossos corpos lá estarão, sempre prontos a descodificar com o olhar e a marcar com o perfume, os ossos a queimar e os desejos a transformar em cinzas para o nosso chão.
E no meio disto tudo, possivelmente, aos olhos alheios, as verdadeiras Putas ainda seremos nós … mas se o formos, que sejamos ao nosso jeito…que esse, só os “originais” sabem e merecem descodificar!
“This is sick… all night song”
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